segunda-feira, 31 de agosto de 2009


Justiça mantém quadrilha do diamante presa
Advogado revela que prisão preventiva de envolvidos na Operação Quilate não é exceção, mas um objeto de regra
Da Redação/DF
A Justiça Federal mantém há uma semana na prisão os principais envolvidos na chamada Operação Quilate, que desmantelou, em Franca, um esquema de contrabando e receptação de pedras preciosas, além de usurpação de bens mineirais pertencentes à União e Crime contra o Sistema Financeiro Nacional. Continuam presas 4 pessoas que estariam ligadas diretamente ao crime e, que por questões de investigações estão presos preventivamente. O advogado Tiago Silva Andrade Souza, que defende André Luis Alves Cintra, afirmou que a prisão preventiva é uma exceção e não está sendo enxergado assim, mas como um objeto de regra no caso.
O advogado falou sobre o prisão de seu cliente à reportagem do Diário e confirmou que ela foi baseada em escutas telefônicas. "Porém, o meu cliente, que trabalha no ramo de venda de veículos não possui nenhum envolvimento no caso", falou o advogado, que apresentou requerimento de liberdade provisória no Fórum Federal de Franca, sem sucesso.
Na tentativa de solicitar a soltura do empresário, Tiago Souza e o também advogado André Luis de Paula, recorreram ao Tribunal Regional Federal (TRF), em São Paulo, mas também foi negado o habeas-corpus.
Diante a situação, os advogados pleitearam ontem, em Brasília, ao Superior Tribunal de Justiça, a liberdade de André Cintra. Caso não tenham sucesso será encaminhada solicitação ao Supremo Tribunal Federal em conjunto com pedido de quebra de preventiva.
O empresário, que está recolhido no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Serra Azul, já depôs na Polícia Federal, esclarecendo sobre os fatos. Tiago revela que seu cliente chegou a fazer contatos com alguns dos envolvidos presos, porém não fechou nenhum negócio, já que sua área está ligada ao ramo de automóveis.
O advogado relevou que durante o cumprimento do mandato de prisão, o irmão de André Cintra, foi preso por porte ilegal de arma de fogo. Porém, ele conseguiu liberdade e sequer tem também envolvimento em qualquer esquema de diamantes.

PRISÕES
Além de André, outros três acusados pela Polícia Federal na chamada Operação Quilate estão presos preventivamente pela Justiça Federal. Embora seus advogados tenham tentado requerer a liberdade, bem como a quebra da preventiva, não tiveram quaisquer sucesso.
A Polícia Federal continua trabalhando no caso com a possibilidade de efetuar mais prisões nos próximos dias.
Ao falar sobre as investigações, pois envolveu a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, a procuradora geral, Daniela Poppi esclareceu a reportagem do Diário que o esquema envolvia vários grupos: extração de pedras preciosas, intermediários, negociadores, doleiros e empresários diamantários. Em Franca, além das pessoas que foram presos, outras estão envolvidas e suas prisões poderão ocorrer nos próximos dias, dependendo das investigações. "A proposta é pegar todos que têm ramificação direta com o esquema, seja doleiros, diamantários, negociadores e garimpeiros" revelou.
Segundo ela, as escutas telefônicas, bem como investigações feitas é possível prever que a soma de negociações era vultuosa e ficará agora mais próxima da realidade com o número de documentos apreendidos, bem como informações condensadas durante a prisão de algumas pessoas, consideradas articuladoras do esquema da Operação Quilate. "Desvendamos apenas a ponta do iceberg. Tem muita coisa para se apurar ainda. E é possível que outras pessoas sejam presas" contou Daniela.
Estão sendo apurados crimes de enriquecimento ilícito, enriquecimento ilícito, usurpação de bens minerais pertencentes à União, receptação, formação de quadrilha, contrabando, e crime contra o sistema financeiro nacional.

Nenhum comentário:

Postar um comentário